quarta-feira, 1 de outubro de 2008

After Mr. Valdisnei Report Series: No footlong for you!

Vender o almoço para comprar o jantar. Essa era situação era corriqueira de quando em vez dentre os queridíssimos escravos proletários, como nosso querido favela passava o dia a base de Pringles e Miojo. Pra quem tinha que pagar de volta aquilo tudo realmente era tenso. Contudo a 12 meses a crise que se desenha hoje não era nem de longe a ponta de iceberg naqueles 90 dias que antecederam a nossa partida. Agora a perspectiva para os novos escravos é tensa pra quem se encontra na condição de endividado. Nessa semana a cotação do dólar chegou a patamares da ultima semana de Outubro de 2007. A situação se torna mais complicada, sobretudo em relação aos vencimentos de cada semana. No ultimo ICP os relatos de dificuldades com a obtenção de extra hours foram constantes. As pessoas madrugavam em busca de mais trabalho no The Hub.

Mas com que tipo de coisa estamos lidando? Bem. Os bancos americanos, precisando de ganhos maiores do que os juros reais negativos norte-americanos e ações com preços elevadíssimos, tinham de fazer que as pessoas gastassem seus rendimentos em casas novas com financiamentos de suaves prestações a perder de vista. A festa era tão grande que relatos confirmam que ilegais latinos tiveram a oportunidade de pagar anos e anos suas moradias. Os bancos recebiam a as primeiras prestações, mas não queriam ficar com aquele novo devedor, passando o futuro inadimplente pra frente (que rima orroiveu). Assim criaram produtos financeiros, que não estavam sujeitos a regulação do FED (Federal Reserve), e vendiam isso a outras instituições, que criavam outros ativos e passavam pra frente, até voltando para origem em algumas situações. Temos então um grande jogo de dominó com as peças em pé, frágeis a qualquer abalo dos vizinhos. Foi o que aconteceu no inicio do novo ano com o aumento da inflação. Os mutuários começam a não conseguirem pagar os financiamentos devido ao aumento de alimentos, gasolina e bens de consumo, e assim o calote começa. Os títulos criados por essas substituições vão apodrecendo a partir do bobo do devedor do imóvel e irradiam para o sistema financeiro americano e europeu. Os bancos se dão conta que seus balanços não valem nada e pequenos e médios bancos quebram, abalando as estruturas dos grandes. O mercado tenta se acomodar mas esbarra em uma grande crise de confiança, com a circulação bancaria praticamente paralisada. Assim, mesmo os governos irrigando os mercados com dólares, ocorre um fenômeno chamado empóssamento de liquidez. Os bancos têm dinheiro, mas não emprestam para os outros bancos. É melhor ficar com prejuízo no pagamento das obrigações financeiras com o fisco, que emprestar a bancos quebrados e ficar sem dinheiro. E enquanto os parlamentares americanos não se decidem, os agentes maiores correm para ativos de mais segurança, ouro e títulos do governo americano. Para nós o ibovespa derrete, com a realização dos lucros dos últimos anos e correm para ativos de maior estabilidade e para as empresas de grande porte, os projetos de médio e longo prazo ficam em observação, frente ao aumento dos juros nas instituições internacionais para o setor produtivo.




Voltando ao mundo real, ou melhor, ao mundo do tio valdisnei, os novos escravos devem ter cuidado com a mão. É melhor estabelecer prioridade ao que comprar em relação aos eletrônicos e rapidamente montar um gasto médio de alimentos para cada semana. A temperança vai depender de como a divida vai ser pagar para papai e mamãe e o preço do dólar no dia da compra da passagem e na época que as compras começarem, para não acontecerem surpresas no retorno. Tudo vai depender de bom senso, infelizmente. Digo isso porque umas coisas que se perdem a partir da chegada nas conexões da Delta Air e no desembarque em MCO é sem duvida a falta de noção. O carnaval de 2009 promete. Promete muita dor de cabeça!

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